sábado, 7 de dezembro de 2013

JÁ ERA TEMPO DE SE CASAR

Texto publicado na página da Confraria das Letras no jornal Notícias do dia em 16 e 17 de novembro de 2013.
 Autora: Eliana Aparecida de Quadra Corrêa



 No interior, namoros não esquentam fogão. São rápidos. As pessoas geralmente se conhecem desde cedo. As famílias já têm afinidades. E também assim evitam-se mau falatório. Então para que esperar. Mas esse namoro estava cumprido. Era hora de casar.
 Enxoval é coisa preparada desde cedo. Entre crochês, bordados e costuras os lençóis, toalhas de banho, mesa e decorações eram confeccionadas com destreza pela noiva e a mãe da noiva.
O noivo e seu pai preparavam o corte da madeira, o encaminhamento desta à madeireira para transformá-las em tábuas. Em seguida na construção da humilde casa de três quartos, sala e cozinha, sem esquecer do fogão à lenha feito de pedra para prover a comida do novo casal.
Entre preparativos para o casório, os encontros do casal enamorados aconteciam na sala da casa da noiva, entre olhares desconfiados do pai e atenciosos da mãe.
E sonhos de uma vida feliz, rodeada de filhos envolviam o casal, a espera do tão sonhado momento de concretizá-lo perante Deus, o laço matrimonial.
Eis que chega a tão esperada festa. Todos da família estavam convidados. Tios, primos, avós, padrinhos eufóricos com o evento. A igrejinha da localidade pronta, decorada com flores do campo.
Na casa da noiva a correria, um boi tinha sido preparado para a ocasião e o cheiro do assado estava no ar. Na cozinha, mulheres se revezavam no fogão preparando pratos para recepcionar os convidados. E muita cachaça já rolava animando os homens na empreitada de puxar mesas, bancos, improvisar tendas (no caso de chuva repentina). E a decoração com muita folha de bananeira, rosas e margaridas deixavam o ambiente romântico para a ocasião.
A noiva, com ajuda de suas madrinhas, arrumava-se no quarto, cuidando para que o noivo não a veja antes do casamento (dizem que dá azar). O noivo, todo nervoso. Entre gole de cachaça pedia para o padrinho arrumar a sua gravata.
E assim foram. O noivo (como segue a etiqueta) chegou primeiro a igrejinha toda enfeitada de flores do campo. A noiva logo em seguida chegou a trote do cavalo que ganhou quando criança. Um amigo inseparável da menina roceira, que agora era a noiva.
A cerimônia emocionou com lágrimas de felicidade. Ao sair da igreja uma chuva de arroz para dar sorte ao casal. E rumo a festa na casa do pai da noiva.
Após o jantar, a valsa dos noivos e um arrasta pé animou a noite. Até que resolveram leiloar a gravata do noivo. Quanto mais dinheiro os convidados davam, maior era o pedaço da gravata. Até aí, tudo bem. Mas além da gravata, a pessoa ganhava um número para concorrer a uma porca.
A animação era geral. Era quem podia dar mais para ganhar a porca. No sítio, uma porca pode alimentar várias bocas para um bom tempo. Era o prêmio.
Hora do sorteio. Suspense no ar. O padrinho do noivo que tinha feito toda arrecadação anunciou:
- Número 13.
 Tio da noiva todo animado, pulando de alegria, gritou:
- Sou eu, sou eu! Eu ganhei!
Feliz da vida foi receber o seu prêmio.
Surpresa. Entregaram a ele uma porca. Uma porca de parafusos.
Risada geral.
Peças e peripécias da família.
E o casal?
Como em muitos casamentos, saíram cedo, na surdina,  para curtir a lua de mel, enquanto os convidados aproveitavam a festa, num arrasta-pé frenético até de madrugada.



terça-feira, 1 de outubro de 2013

GARRAFA DA LEITURA DE SETEMBRO COM A ESCRITORA ELIANA QUADRA CORRÊA








No dia 24 de setembro de 2013 na Biblioteca Pública Prefeito Rolf Colin ocorreu mais uma Garrafa da Leitura com as crianças do CEI Eliane Krüger. 

Ao som de música infantis como Borboletinha, A casa, tocadas no violão, as crianças puderam conhecer a escritora Eliana Aparecida de Quadra Corrêa e seu livro Ratinho, a banana amarela e madura e o filho do grande urso esfomeado. É um revisitamento do livro Ratinho, o morango maduro e o urso esfomeado de Don Wood e Audrey Wood. 

Após conhecerem o Ratinho que gosta de banana e sua aventura, as crianças vivenciaram o momento de dividir a banana e o morango em clima de descontração e gostinho de quero mais.

Agora a aventura continuará na escola com a Garrafa da Leitura ilustrado pelo artista plástico Luis Araão e o livro do Ratinho. 

Muitas descobertas a estes pequenos.

domingo, 29 de setembro de 2013

COMO INCENTIVAR A LEITURA



Artigo de opinião publicado no jornal A Notícia no dia 26 de setembro de 2013 por Eliana Aparecida de Quadra Corrêa.


O gosto pela leitura não nasce com a criança, mas pode ser desenvolvido com a ajuda de pais e educadores. O professor pode semear nos alunos o amor pela leitura. Somente o professor pode intuir o que convém fazer num determinado momento para ajudar o aluno a aprender a ler.
Este papel é muito difícil que o já consagrado, exige muito mais esforço do professor. Mais fácil seria ter um planejamento definido, para ser cumprido passo a passo. No entanto, por melhor que seja um planejamento é impossível que ele dê conta de todas as questões inferentes ao processo de aprendizagem do aluno, uma vez que este processo é único e individual.
Se a questão da leitura é mobilizadora e de interesse para o professor, seu próprio comportamento de leitor, torna-se uma estratégia utilizada por ele e poderá nesta fazer descobertas que melhorem sua própria performance de leitor e aperfeiçoe  seu  processo de ensinar a ler.
Em sua prática cotidiana, o professor ao assegurar demonstrações de leitura aos alunos, situações que sirvam a objetivos específicos, podem auxiliar seus alunos a encontrar sentido e seus próprios objetivos com a leitura.
Não se dispõem fórmulas para garantir que a leitura seja compreensível e prazerosa. Sabe-se, entretanto, que há várias maneiras de dificultar a compreensão e o prazer na leitura: se orientarmos o aluno para concentração em detalhes visuais, se fornecemos fragmentos de textos incompreensíveis ou amontoados de frases sem real significado de comunicação, se exigimos que ela responda a questões após a leitura sem reflexão, se lhe pedimos para oralizar palavras em detrimento do sentido. Ou seja, o ponto comum de todas essas atitudes de ensino que dificulta a aprendizagem da leitura é a limitação de quantidade de informações não-visuais a que ao aluno pode recorrer enquanto lê.
Para facilitar o processo de leitura deve-se garantir aos alunos amplas possibilidades de usar informações não-visuais, possibilidades de fazer previsões, compreender e ter prazer no que lê. E é importante dispor de momentos de contato com a diversidade de textos literários buscando valorizar os gostos de leitura dos alunos e ao mesmo tempo dar oportunidade de conhecer outras formas de escrita.
Outra questão que o professor pode utilizar para incentivar seus alunos ao hábito da leitura é organizar projetos de leitura, levá-los em eventos culturais como: lançamentos de livros, teatros, contações de histórias, feiras de livros, seminários e encontros com escritores locais.
Por exemplo, visitar a Biblioteca Pública e incentivá-los a serem sócios e utilizar o espaço como lugar de entretenimento e democratização da leitura. Participar de ações como a Garrafa da leitura (conhecer escritor local através de dinâmica, conversa e contação de histórias na Biblioteca Pública Prefeito Rolf Colin). Mostra anual de Contação de histórias do Proler. Fala do escritor na Feira do Livro (Escritores da Confraria do Escritor e da Associação Confraria das Letras de Joinville). Peças de teatros apresentados pela AJOTE e pelo SESC e entre outras ações disponibilizadas pela nossa cidade com intuito de sensibilização ao hábito da leitura.
   A literatura é uma arte poderosa. Ao ler, o aluno adquire saber, amplia sua visão de mundo, enriquece seu vocabulário, desperta sua sensibilidade, criatividade e escreve com mais facilidade. Além de ingressar num mundo de fantasia a ser descoberto.

Enfim, segundo Barbosa “O que realmente importa é que a criança progrida na leitura e que encontre prazer – e sentido – nos múltiplos contatos com a língua escrita. Professores e crianças, nesse sentido, podem ser verdadeiros parceiros para aprender o que é o ato de ler”.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Borboleta Azul e teatro de fantoche no Cei Juarez Machado


No dia 12 de setembro a Borboleta Azul e os fantoches foram ao Cei Juarez Machado levar histórias encantadas com muita magia. E divulgar atividades da Biblioteca Pública Prefeito Rolf Colin.

 Luzia contando com fantoches a história cantada de Bia Bedran
 Mágica com o io-iô chinês
 Borboleta Azul representada por Eliana contando a história de Romeu e Julieta de Ruth Rocha
Técnica de relaxamento para ouvir a história A casa sonolenta de Don e Audrey Wood

GARRAFA DA LEITURA MÊS SETEMBRO 2013





No dia 11 de setembro de 2013 ocorreu na Biblioteca Pública Prefeito Rolf Colin a atividade cultural Garrafa da Leitura com a presença dos alunos (5 anos) do CEI Mário Avancini para conhecerem o escritor Jorge Hoffmann e participar da vivência do Ovo mágico. Desta vez a aluna Ana que nasceu do ovo como Borboleta. Foi muito emocionante. Parabéns a turma pelo momento mágico.

 O escritor Jorge iniciando a conversa com as crianças e apresentando os plac-placs
 A aluna Ana esperando a construção do seu ovo pelos amigos

 Hora de fechar o Ovo Mágico e chocá-lo
 A espera do nascimento da Borboleta


Hora da entrega da Garrafa da Leitura para as crianças do Cei Mário Avancini

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NA BIBLIOTECA PÚBLICA











No dia 14 de setembro de 2013 ocorreu na Biblioteca Pública Prefeito Rolf Colin a contação de histórias a cargo das Escolas: E.E.B. Professora Jandira D’Ávila, E.M. Professora Maria Regina Leal e Escola de Música Arte e Fé. A atividade cultural no sábado de manhã tem como objetivo de proporcionar um espaço de valorização dos trabalhos realizados pelas escolas de incentivo à leitura. E também de estimular a vinda de pais, alunos, professores e comunidade dos bairros para visitar, ser sócio da Biblioteca Pública e participar das apresentações.
 O evento organizado pela coordenadora de Bibliotecas, Juciana Bittencourt da Silva, pelas funcionárias do setor infantojuvenil, Eliana Aparecida de Quadra Corrêa, Luzia B. Taglianetti  e Marlete T. Cardoso que mediaram às apresentações. Com apoio da secretaria de Educação e do secretário Roque Mattei.
As escolas participantes foram:
E.E.B. Professora Jandira D’Ávila com a presença do Assistente Técnico Pedagógico Paulo Cesar Cordeiro, Professora Edna Polanczyk e os alunos do Ensino Médio Inovador que apresentaram as histórias: Menina Bonita do Laço de Fita de Ana Maria Machado e Brincando de poesia com declamação de poemas.
A Escola Municipal Professora Maria Regina Leal contou com a presença da professora Liliane S. Valentini, da mediadora de leitura Jaqueline Vanderlinde e dos alunos do 9º ano que apresentaram as peças de teatro: O Mágico de Oz de L. Frank Baum e O Fantástico Mistério de Feiurinha de Pedro Bandeira.
E para finalizar as apresentações da manhã, a Escola de Música Arte e Fé com a presença da Professora Liliane S. Valentini e os alunos do curso de violão, tocaram e cantaram as músicas: Borboletinha, A Casa, A Linda Rosa Juvenil, Eu quero sempre mais.

De forma criativa e alegre as apresentações transcorreram durante a manhã de sábado com a presença de alunos, professores, familiares e comunidade que prestigiaram o evento.

sábado, 14 de setembro de 2013

Texto Publicado no Jornal Notícias do Dia (14 de setembro de 2013) por Eliana Ap. de Quadra Corrêa





Causo curioso

Certo dia, escutei um causo curioso, desses de não acreditar em tais maluquices. Lembram do estimado fogão à lenha? Talvez as mulheres de hoje não o estimem tanto assim, mas se conversarem com algumas vovós do tempo do fogão à lenha vão ouvir muita rasgação de seda para este objeto:
 - Faz uma comida saborosa, não tem igual.
Realmente já experimentei muita comida de fogão à lenha e podem acreditar, não há sabor igual. Imaginem uma comida caseira: arroz, feijão, galinha caipira e um belo macarrão fumegando em contato com o calor da brasa por horas e horas, deixando no ar o cheiro estonteante do almoço.
O triste é como providenciar a quentura do fogão. Levantar cedo, cortar a lenha com machado (é dureza, que nossos avós faziam com destreza) e com muita fumaça na cozinha iniciava um foguinho tímido, que iam criando forma, força e esquentando toda a casa, trazendo o calor necessário para sentir o aroma do café quentinho em nossas narinas.
E além, de trazer o calor para aliviar o frio, também trazia o calor humano que geralmente formava em torno do fogão à lenha. A família, vizinhos e parentes se reuniam diante do calor e dali muitos causos eram fomentados de boca em boca perpetuando a memória, o saber fazer, um elo entre o passado, o presente e o futuro.
O chá é outro artigo de consumo visto em cima do fogão à lenha. Mas não são chás comprados nos mercados, todo cheio de pompas em caixinhas e embalagens práticas e estilosas próprias para consumos diários, de uma vida corriqueira e sem tempo de esperar o chá feito de ervas retiradas diretamente da natureza. Além de serem preparados de forma artesanal, com a tranquilidade dos tempos do sítio, têm a riqueza de nutrientes próprios para curas dos males físicos. 
Pois é, toda essa discussão (que aconteceu durante um rápido café para uns e chá para outros, antes do trabalho) originou por causa do tal causo curioso (lembram-se do início do texto? o tal causo?). Foi sobre um homem que resolveu ter em casa (na cidade) um fogão à lenha. E todo pomposo tratou de construir a chaminé bem alta para que a fumaça não atrapalhasse a boa convivência com os vizinhos. Até aí, tudo tranquilo, normal para nossos ouvidos.
A questão é com que material esta chaminé foi preparada. Pensando também no charme e na beleza, o tal homem foi até uma loja de artigos de construção e com todo cuidado na escolha, observando a largura, a altura que lhe convinha para uma boa passagem de fumaça, comprou um cano de PVC.
Chegou a casa, reuniu os instrumentos que usaria para colocar seu plano em prática. Preferiu ele mesmo construir a engenhoca. E com cuidado e afinco instalou a mais nova aquisição da família.
 Feliz com sua obra pôs o fogão à lenha a funcionar colocando pedaços de madeira e fogo para preparar um bom jantar. - O primeiro de muitos. Pensou o homem. Logo, a vizinhança veio admirar o tal invento. E comentários apreensivos, muitos murmúrios e suspense se sucederam diante da obra. Será seguro o conjunto gastronômico?
 Enquanto uma leve fumaça saia da chaminé estava tudo certo. Até que o fogo pegou força e um calor subiu pelo cano fazendo-o imediatamente derreter. E diante dos olhares curiosos, a chaminé de PVC foi caindo e definhando ao toque do fogo.

Coisas do mundo moderno, procurando facilidades e praticidades nas coisas, nas situações e na vida.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Texto Publicado no Jornal Notícias do Dia no dia 04 de setembro de 2013




O Professor e o Futuro Leitor

Texto Publicado no Jornal Notícias do Dia no dia 04 de setembro de 2013 por Eliana Aparecida de Quadra Corrêa

O gosto pela leitura não nasce com a criança, mas pode ser desenvolvido com a ajuda de pais e educadores. O professor pode semear nos alunos o amor pela leitura. Somente o professor pode intuir o que convém fazer num determinado momento para ajudar o aluno a aprender a ler.
Este papel é muito difícil que o já consagrado, exige muito mais esforço do professor. Mais fácil seria ter um planejamento definido, para ser cumprido passo a passo. No entanto, por melhor que seja um planejamento é impossível que ele dê conta de todas as questões inferentes ao processo de aprendizagem do aluno, uma vez que este processo é único e individual.
Se a questão da leitura é mobilizadora e de interesse para o professor, seu próprio comportamento de leitor, torna-se uma estratégia utilizada por ele e poderá nesta fazer descobertas que melhorem sua própria performance de leitor e aperfeiçoe  seu  processo de ensinar a ler.
Em sua prática cotidiana, o professor ao assegurar demonstrações de leitura aos alunos, situações que sirvam a objetivos específicos, podem auxiliar seus alunos a encontrar sentido e seus próprios objetivos com a leitura.
Não se dispõem fórmulas para garantir que a leitura seja compreensível e prazerosa. Sabe-se, entretanto, que há várias maneiras de dificultar a compreensão e o prazer na leitura: se orientarmos o aluno para concentração em detalhes visuais, se fornecemos fragmentos de textos incompreensíveis ou amontoados de frases sem real significado de comunicação, se exigimos que ela responda a questões após a leitura sem reflexão, se lhe pedimos para oralizar palavras em detrimento do sentido. Ou seja, o ponto comum de todas essas atitudes de ensino que dificulta a aprendizagem da leitura é a limitação de quantidade de informações não-visuais a que ao aluno pode recorrer enquanto lê.
Para facilitar o processo de leitura deve-se garantir aos alunos amplas possibilidades de usar informações não-visuais, possibilidades de fazer previsões, compreender e ter prazer no que lê. E é importante dispor de momentos de contato com a diversidade de textos literários buscando valorizar os gostos de leitura dos alunos e ao mesmo tempo dar oportunidade de conhecer outras formas de escrita.
Outra questão que o professor pode utilizar para incentivar seus alunos ao hábito da leitura é organizar projetos de leitura, levá-los em eventos culturais como: lançamentos de livros, teatros, contações de histórias, feiras de livros, seminários e encontros com escritores locais.
Por exemplo, visitar a Biblioteca Pública e incentivá-los a serem sócios e utilizar o espaço como lugar de entretenimento e democratização da leitura. Participar de ações como a Garrafa da leitura (conhecer escritor local através de dinâmica, conversa e contação de histórias na Biblioteca Pública Prefeito Rolf Colin). Mostra anual de Contação de histórias do Proler. Fala do escritor na Feira do Livro (Escritores da Confraria do Escritor e da Associação Confraria das Letras de Joinville). Peças de teatros apresentados pela AJOTE e pelo SESC e entre outras ações disponibilizadas pela nossa cidade com intuito de sensibilização ao hábito da leitura.
   A literatura é uma arte poderosa. Ao ler, o aluno adquire saber, amplia sua visão de mundo, enriquece seu vocabulário, desperta sua sensibilidade, criatividade e escreve com mais facilidade. Além de ingressar num mundo de fantasia a ser descoberto.

Enfim, segundo Barbosa “O que realmente importa é que a criança progrida na leitura e que encontre prazer – e sentido – nos múltiplos contatos com a língua escrita. Professores e crianças, nesse sentido, podem ser verdadeiros parceiros para aprender o que é o ato de ler”.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Artigo de opinião publicado no jornal Notícias do dia, 21 de agosto de 2013 por Eliana Ap. de Quadra Corrêa.




Ser Professor é...

 Autora: Eliana Aparecida de Quadra Corrêa

Ao refletir primeiramente sobre escola vê-se que esta é um ambiente que tem como essência à aprendizagem, o conhecimento científico, para a formação do indivíduo, aprendendo, refletindo e ampliando a sua visão de mundo. E é nesse espaço que se encontra o professor, o grande agente do processo educacional. A alma de qualquer instituição de ensino. E com ele deve-se andar junto o uso da Pedagogia do Amor, para que ocorra a tão almejada educação para a vida.

Verifica-se que ser professor é ter interação com a dificuldade e com a facilidade de seus alunos. E construir com eles o conhecimento. É ensinar a autonomia, o espírito crítico, à participação, à cumplicidade e é ter a capacidade de auxiliar seus alunos em seus objetivos.
Observa-se que para ser professor é necessário ter além da graduação, pois professor é aquele que se atualiza e se aperfeiçoa sempre. Busca conhecimento, entende desde a sua matéria até assuntos transversais, da psicologia até ética, projetos, amor e família. E principalmente professor é aquele que conhece o seu aluno para melhor orientá-lo.

Ser professor é também saber discutir o essencial. É ter sua aula planejada e acreditar no que diz, ter convicção em seus ensinamentos para que seus alunos acreditem e se sintam envolvidos. Assim o professor deixa de ser o repassador para ser o orientador, que desenvolva e estimula as habilidades de seus alunos.

Verifica-se que o professor é ser docente, integrante primordial de uma escola, que deve ser participativo com o todo docente no processo de elaboração da proposta pedagógica, desde os objetivos até as metas a serem alcançados com os seus alunos.

Além disso, ser professor é ser contador de histórias, que semeia a magia do livro, instiga a curiosidade do aluno e o incentiva ao gosto e ao prazer da leitura. O professor é o exemplo, um professor leitor saberá conduzir seus alunos a serem leitores também.

Tem-se também, o professor de várias linhas pedagógicas, desde o tradicional até o dialético, mas cada um reflete a mesma finalidade que é o professor que educa, transmite conhecimentos, aprende com o aluno e valoriza o processo de ensino-aprendizagem.

Portanto, ser professor não é ser apenas um mero repassador de conteúdos e sim o professor educador que busca construir, que conheça o universo do educando, que desenvolva a autonomia, que demonstre entusiasmo e que conduza com responsabilidade o crescimento humano e a formação de cidadãos, lembrando que educar é também transmitir amor.


domingo, 18 de agosto de 2013

APRESENTAÇÃO EM PALHOÇA EM SETEMBRO DE 2011 VI SEMINÁRIO INTEGRADO E INTERINSTITUCIONAL NA UNISUL




REALIZADO EM 05 E 06 DE SETEMBRO DE 2011
E ORIGINOU O LIVRO DISCURSO, CIÊNCIA E CULTURA

MOSAICO DE HISTÓRIAS NUMA PERSPECTIVA DOS ESTUDOS CULTURAIS

MESTRADO EM PATRIMÔNIO CULTURAL E SOCIEDADE DA UNIVILLE
MESTRANDA: ELIANA APARECIDA DE QUADRA CORRÊA
ORIENTADORA: DRa. TAIZA MARA RAUEN MORAES

IDAS E VINDAS, HISTÓRIAS QUE MIGRAM COM SEUS INTERLOCUTORES

O Brasil é um país imenso cheio de gente que viaja para lá e para cá. Muitas pessoas saem do Nordeste para viver no Pará, Santa Catarina, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia, Amapá, Goiás e outros lugares. Famílias inteiras partem da região Sul e vão morar no Ceará, Maranhão, Pernambuco, ou Amazonas. [...]. Essas pessoas sempre partem com o sonho de construir uma vida melhor. Além de roupas e objetos pessoais, levam na bagagem sua cultura regional, ou seja, suas tradições, seu jeito de falar, as lembranças, as histórias que ouviram na infância, os versinhos e as adivinhas que aprenderam com os avós, as crenças, as brincadeiras e até o modo de preparar as comidas.
         Ricardo Azevedo

ESTUDOS CULTURAIS CONTEMPORÂNEO

OBJETIVO: Analisar a literatura oral como linguagem dando voz ao sujeito através das narrativas e estudar esta cultura imaterial como representação social conforme suas variações estudadas por estudiosos da literatura oral brasileira.

Como afirma AZEVEDO

As histórias orais “[...] sofreram todo tipo de modificação: fusões, acréscimos, cortes, substituições e influências. Em tese, numa simplificação, de um mesmo mito (narrativa sagrada arcaica) europeu, por exemplo, podem ter surgido infindáveis e variadas histórias, marcadas pelas diversas culturas.”

METODOLOGIA

         Qualitativa: pesquisa documental, bibliográfica e webgráfica.
         História oral: entrevistas com idosos.

GENEALOGIA DOS ESTUDOS CULTURAIS

         década de 50 inicia-se o estudo mais voltado a apreciação literária do cânone da alta cultura.
         Década de 60 identidade da classe operária vai ter sempre um componente político e conflitual.
          Com a fundação do centro de estudos culturais novos olhares por jovens teóricos para a análise das relações entre a cultura contemporânea e a sociedade e a cultura de massa e a políticas da cultura.
         O fenômeno da globalização e da migração no mundo contemporâneo provocou múltiplos questionamentos sobre a origem e sobre quem somos. Assim, para cada papel há identificações. Portanto, para a flexibilidade de transformações do “eu” é que cabe o conceito identificação proposto por Hall.
         década de 80 estudiosos como Barthes, Foucault e Derrida focaram na semiologia, analisaram discursos e sociedades sob as noções de descentramento, sujeitos e experiências, o psicológico e a politização social.
         Nos estudos culturais contemporâneo as questões das minorias e das preferias, a diferença dos discursos e sua produção cultural estão em debates.
         E as lendas, os mitos, os ritos, os causos são linguagens a serem estudadas para compreender as representações identitárias.

BOI-DE-MAMÃO

         Análise através dos COLETADORES: Cascudo, Azevedo, Pisani e pelo entrevistado Seu Luiz. E com questões de mito, rito, lenda e representação social.
         Ritos envolvendo dança e cantoria e mito épico da morte e ressurreição.
         Conforme os coletadores:  Através de brincadeiras e folguedos é encontrada em várias partes do país, recebendo diferentes nomes. No nordeste é conhecido como Bumba-Meu-Boi ou Boi-Bumbá e no litoral catarinense com o nome de Boi-de-Mamão. 
         Grande parte dos folguedos possui origem religiosa e raízes culturais dos povos que formaram nossa cultura (africanos, portugueses, indígenas). Muitos folguedos foram, com o passar dos anos, incorporando mudanças culturais e adicionando, às festas, novas coreografias e vestimentas.

MEMÓRIAS DE SEU LUIZ

         Lenda do boi-de-mamão de São Francisco do Sul
         “Na nossa região é muito comum, a gente praticava, fiz vários brinquedos deste quando pequeno, criança, ensinado pelos meus pais e pelos irmãos mais velhos. O boi-de-mamão, conta a lenda que na época da páscoa, foi feito uma partilha, e pegaram o boi mais bonito, o gado mais bonito do rebanho e mataram para distribui na festa”.

REPRESENTAÇÕES

         BOI
         Morte e ressurreição de Cristo (Páscoa)contada por seu Luiz
         Tempo da colheita,período das festas dos Santos, contado por Pisani
         Festejo a vida, morte e ressurreição no período do natal e dia de Reis Por Azevedo
         Boi no presépio representa uma profecia que o messias apareceria entre dois animais, o boi e o burro. E que o boi representa o povo de Israel.
         Cascudo fala do Boi-de-mamão com o pau de fita representando a germanidade.
         Cascudo também diz que o ritual e os personagens tem função de critica social. 

Em Joinville
         Por muito tempo o Boi-de-mamão fez parte das ruas da cidade de Joinville com o objetivo de lazer aos moradores.
         Grupo Folclórico Entre Parentes.

         Projetos nas escolas.(Folclore)

sábado, 17 de agosto de 2013

ARTIGO CIENTÍFICO PUBLICADO NO LIVRO DISCURSO, CIÊNCIA E CULTURA: CONHECIMENTO EM REDE



MOSAICO DE HISTÓRIAS NUMA PERSPECTIVA DOS ESTUDOS CULTURAIS


                 Eliana Aparecida de Quadra Corrêa[1]
                 UNIVILLE

RESUMO: O artigo é um recorte da pesquisa sobre causos e lendas na voz do idoso que enfoca a cultura imaterial joinvilense. A literatura oral é investigada como representação social e literária sob a perspectiva dos Estudos Culturais tendo por base o conceito de “identificação” de Hall. A narrativa coletada da lenda Boi-de-mamão em Joinville, transcrita sob a metodologia da história oral foi cotejada com as variações da lenda encontradas na literatura oral por  Cascudo, Pisani e Azevedo. O objetivo da análise comparativa é demonstrar que cada variação da lenda apresenta especificações culturais associadas ao tempo e ao espaço em que é contada, mas que sua representação pode ser conservada em tempos e espaços com “identificações” diversas.

 PALAVRAS CHAVE: histórias que migram, lenda Boi-de-mamão, cultura imaterial joinvilense.


INTRODUÇÃO


O Brasil é um país imenso cheio de gente que viaja para lá e para cá. Muitas pessoas saem do Nordeste para viver no Pará, Santa Catarina, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia, Amapá, Goiás e outros lugares. [...]Essas pessoas sempre partem com o sonho de construir uma vida melhor. Além de roupas e objetos pessoais, levam na bagagem sua cultura regional, ou seja, suas tradições, seu jeito de falar, as lembranças, as histórias que ouviram na infância, os versinhos e as adivinhas que aprenderam com os avós, as crenças, as brincadeiras e até o modo de preparar as comidas.

Ricardo Azevedo[2]

Azevedo observa que lendas da tradição oral passadas de boca em boca, transmitem memórias culturais de crenças, mitos e ritos, que são alterados e adaptados em função do contexto social.
A literatura oral nesta investigação é tratada como linguagem e como representação social, num cruzamento de uma narrativa coletada em Joinville com as variações registradas por Ricardo Azevedo, Câmara Cascudo e Osmar Pisani.
O substrato analisado é a lenda Boi-de-mamão colhida na entrevista com seu Luiz, migrante joinvilense, transcrita pela metodologia da história oral. Esta análise se sustenta no conceito de mito na perspectiva dos estudos de Eliade (1907 – 1986) e de Azevedo (1949).
Segundo o mitólogo Eliade[3] “[...] os mitos revelam que o mundo, o homem e a vida têm uma origem e uma história sobrenaturais, e que essa história é significativa, preciosa e exemplar.” Para ele o mito é vital a civilização humana, é uma realidade viva, uma sabedoria popular. E o seu conhecimento auxilia em entender o sentido dos rituais e da moral exposta por ele.
 Eliade[4] comenta que: “Trata-se, contudo, sempre de um ciclo, isto é, de uma duração temporal que tem um começo e um fim. Ora, no fim de um ciclo e no início do ciclo seguinte, realiza-se uma série de rituais que visam a renovação do Mundo.”
 O folclorista brasileiro Azevedo, acredita que muitas narrativas míticas, das mais diversas culturas, teriam sofrido um processo de dessacralização, com o passar do tempo, deixaram de ser interpretadas com fé religiosa, sendo este um dos fios condutores desse imaginário. As lendas, mitos, ritos por carregarem valores que identificam com variadas culturas continuam a ser contadas e, de boca em boca, sofrem múltiplas alterações e influências.
As histórias da cultura oral se perpetuam através dos séculos pelas memórias e pelas vozes, e no decorrer do tempo, como afirma Azevedo “[...] sofreram todo tipo de modificação: fusões, acréscimos, cortes, substituições e influências. Em tese, numa simplificação, de um mesmo mito (narrativa sagrada arcaica) europeu, por exemplo, podem ter surgido infindáveis e variadas histórias, marcadas pelas diversas culturas.” [5] E este mosaico de histórias tornou-se rico e multifacetado, em uma complexidade em suas possíveis origens e variações.
GENEALOGIA DOS ESTUDOS CULTURAIS

Para entender a cultura imaterial como representação social buscou-se uma genealogia dos estudos culturais traçado por Prysthon[6] que evidencia a dinâmica da cultura.
A partir da metade da década de 1950, na Grã-bretanha, E.R. Leavis busca disseminar o capital cultural através do sistema educacional difundindo a cultura literária canonizada. Em contrapartida, Richard Hoggart e Raymond Williams trabalharam com a ideia da cultura de massa como formas culturais compartilhadas pelas classes trabalhadoras. No final da década de 1960 Thompson citado por Prysthon[7] “[...] vai argumentar que a identidade da classe operária vai ter sempre um componente político e conflitual, independente de valores e interesses culturais particulares.”
Com a fundação do Centro de Estudos Culturais na Universidade de Birmingham, jovens teóricos operaram novas relações entre a cultura contemporânea e a sociedade e a cultura de massa e assim, as políticas da cultura passam a ser foco de pesquisas.
Numa abordagem estruturalista Stuart Hall enfoca as práticas significantes e os processos discursivos. Hall[8] no texto Quem precisa de identidade?, questiona o conceito de identidade no universo contemporâneo, situando-o como um fenômeno paradoxal e muito criticado por não atender novas perspectivas de mundo. Hall propõe a desconstrução do conceito de identidade marcado pela unificação e sugere o conceito de identificação, que abarca as facetas sociais, apoiando-se no fenômeno da globalização e da migração no mundo contemporâneo provocador de múltiplos questionamentos sobre quem somos. Pensar no que nos tornamos, como nos representamos e como nos afeta esta representação tornou-se uma das obsessões da pós modernidade, momento histórico em que o “eu” se assume como performativo[9]. Assim, para cada papel social há uma identificação.
Já na década de 1980 estudiosos como Barthes, Foucault, Lyotard e Derrida focaram na semiologia e no pós-estruturalismo francês reorientando as pesquisas na área da cultural. Analisaram os discursos e as sociedades sob as noções de descentramento, sujeitos e experiências, o psicológico e a politização social.
Nos Estudos Culturais contemporâneos as questões das minorias e das periferias, as diferenças dos discursos e a produção cultural estão em debate. Portanto, é colocado em pauta discussões segundo Prysthon[10] “[...] da identidade nacional, da representação social, da etnicidade, da diferença e da subalternidade no centro da história da cultura mundial contemporânea.” E neste contexto é dada a voz ao sujeito como interlocutor nos processos culturais.
É pela voz do sujeito, na comunicação e nas mídias que o estudo avança para a compreensão deste universo intenso, complexo e dinâmico, daí a exploração dos causos e das lendas, do imaginário popular como força do mitológico na cultura.


BOI-DE-MAMÃO: IDAS E VINDAS, HISTÓRIAS QUE MIGRAM COM SEUS INTERLOCUTORES


A versão da lenda do Boi-de- Mamão analisada, foi coletada e transcrita sob a metodologia de História Oral, a partir de uma entrevista  com  seu Luiz[11] e cotejada com os textos coletados por Cascudo, Azevedo e Pisani, objetivando  mostrar as variações temporais e regionais da lenda.
A lenda Boi-de-Mamão é desenvolvida a partir de um mito épico da morte e ressurreição do boi e envolve dança e cantoria. As brincadeiras e folguedos[12] em torno do boi são encontradas em várias partes do Brasil e recebem diferentes nomes. No norte e nordeste, é conhecida como Bumba-Meu-Boi ou Boi-Bumbá e no litoral catarinense com o nome de Boi-de-Mamão. Segundo o historiador José Arthur Boiteux[13], a brincadeira era conhecida no litoral de Santa Catarina como Boi de Pano, mas em certa ocasião foi utilizado um mamão verde para fazer a cabeça do boi, originando o nome de Boi-de-Mamão. Hoje, usam-se cabeças de todos os tipos, até de boi, menos de mamão. O registro mais antigo do folguedo, em Florianópolis, é de 1871.
Em suas memórias de menino, na cidade de São Francisco do Sul, Seu Luiz conta a lenda Boi-de-Mamão.  Seu Luiz lembra que a história foi contada pelo seu pai e irmãos mais velhos e através de ritos foi vivenciada por ele na infância, sempre no período da Páscoa.

Tenho várias, por exemplo, por exemplo a do boi-de-mamão. Na nossa região é muito comum, a gente praticava, fiz vários brinquedos deste quando pequeno, criança, ensinado pelos meus pais e pelos irmãos mais velhos. O boi-de-mamão, conta a lenda que na época da páscoa, foi feito uma partilha, e pegaram o boi mais bonito, o gado mais bonito do rebanho e mataram para distribuir na festa. Mas ele era muito mimado e revoltou-se com a morte. - Não quero morrer, não quero morrer. Mas finalmente foi morto e foi pra panela. Retalharam todinho. E distribuíram a carne por toda a comunidade. Só como eu disse, ele ficou revoltado. Eis que um dia todos se preparam para a festa depois que comeram o boi, apareceu o espírito do boi na comunidade e fez um espalhafato, como se diz lá na minha terra. E dava cabeçada em tudo é que é lado. E corria atrás principalmente daqueles que comeram ele. Aí alguém teve uma ideia. - Opa! Esse boi merece ficar na nossa saudade. Vamos fazer uma homenagem a ele. Alguém correu no quintal, cortou um mamão verde, colocou um, espetou uns chifres, colocou um [...] no lugar da orelha. Enfiou um cabo de vassoura, fez um mastro e cobriu com pano e brincou ali embaixo como se fosse um boi-de-mamão. Um outro sugeriu que o boi-de-mamão, só que não causava tanta alegria. Inclusive a homenagem era em relação ao falecido que ficou revoltado com isso, né? Foi lá e arranjou uma bernunça, pra ensinar que jacaré come criança, mais ou menos parecido assim. Veio outro vestido de cabritinho. Outro de cavalinho. E outro de cabrito. E hoje em dia tem esse folclore. Aí o pessoal fica assim com os instrumentos guardado para a folia de reis e tambores, batucaram e deu no que deu hoje em dia, esta festa bonita que tem. Dizem que tem em outras regiões, mas a lenda da nossa região, que eu saiba que eu ouvia dos meus pais era essa. Tudo tem que ter uma explicação.

Percebe-se, na versão de Seu Luiz, que o Boi-de-Mamão, é uma tradição antecedida por uma preparação ritualística, uma cultura de identificação de um povo com os bois, em comunidade católica. A lenda rememorada, revela o mito da ressurreição de Cristo, representado com a morte e a ressurreição do boi. Na história bíblica, segundo Marcos[14], Jesus Cristo antes do seu sacrifício, reuniu-se com os apóstolos para a última ceia (Santa Ceia) e lá repartiu o pão e o vinho, representando o seu corpo e sangue como alimento espiritual. Após, o ritual da Santa Ceia, Cristo foi crucificado para a redenção dos pecados e salvação do povo. Esta representação cristã e católica é vivenciada com o boi, que morre em sacrifício para ser alimento do povo e trazer com a sua ressurreição o espírito de esperança, vida nova e alegria aos festejos da páscoa.
Outra variante, da lenda do boi, circulante no litoral de Santa Catarina, registrada por Pisani[15] acontece entre os meses de junho a agosto, período das festas dos santos[16] e dos festejos da colheita. Nesta versão, conta a lenda, que o boi era de estimação de Mateus, homem simples do interior da ilha. O boi comeu algo que lhe faz mal e acabou morrendo. Desesperado, diante da morte do boi, seu dono buscou ajuda do curandeiro para ressuscitá-lo. O boi ressuscitou, e toda a freguesia festeja. 
Nas vivências ritualísticas, desta variante do Boi-de-mamão, segue um ritual descrito por Pisani[17]: os grupos percorrem as ruas do bairro, e se apresentam em frente da casa daquele que contribui com alguns trocados, o dono da casa é mencionado nos versos. Em círculos  cantadores e tocadores, acompanham o desfile.  No desfile, aparece no momento inicial, o boi sendo cutucado com uma vara pelo seu dono, e este cai inerte. É chamado o feiticeiro ou o benzedor, nesse ínterim, aparece um urubu para bicar o boi, em seguida o boi é benzido. Após o benzimento o boi se levanta, momento em que a música recomeça e entra o cavalinho para laçar o boi. Em cada cidade catarinense, segundo Pisani, outros personagens são inseridos neste universo, como o cavalo marinho e o cachorro em Laguna; o urso em Imaruí, Santo Amaro, Biguaçu, São José, Palhoça, e Florianópolis; a Maricota em Florianópolis, São Francisco do Sul, Itajaí, Santa Amaro e São José; o tigre em Florianópolis e a Bernúncia ou bernunça, um ser fantástico, também aparece nestas apresentações.
No mundo simbólico que envolve o boi, cada personagem é um símbolo e tem a sua representação social. Nesta versão, coletada por Pisani, o boi morre e é ressuscitado por um feiticeiro ou benzedor (na crença popular o benzedor ou feiticeiro utiliza a reza e as ervas para curar). O boi é um animal mitificado porque ele é necessário à subsistência no meio rural, representa a força e o auxílio na semeadura, colheita, produção e transporte. Quando o boi morre, ocorre a quebra do ciclo natural e a ressurreição do boi é a representação do eterno retorno deste ciclo natural.
Hoje, as apresentações dos folguedos de boi acontecem em eventos como o carnaval e datas comemorativos como o Dia do folclore, no mês de agosto. Os integrantes do grupo folclórico vestem fantasias e dão vida a diversos personagens, a cantoria é acompanhada por três músicos que tocam pandeiro, violão, gaita e um cantor que narra a história.
O folclorista Ricardo[18] Azevedo recupera as representações do Bumba-meu-boi, originada no Nordeste e disseminada pelo país, em torno da vida, morte e ressurreição do boi. Segundo Azevedo esses folguedos acontecem entre os festejos de Natal e o Dia de Reis, 6 de janeiro. Os personagens são humanos, animais e fantásticos. O pesquisador ressalta que o Boi-de-Mamão, do litoral de SC, é uma versão do Bumba-meu-boi.
No Pará e no Amazonas, existe outra variação denominada boi-bumbá, festejada em junho. Na cidade de Parintins, no Amazonas, o Boi-Bumbá atrai atualmente milhares de pessoas. Ao contrário de outras regiões, onde existem vários bois e a brincadeira não tem o caráter de competição, dois bois disputam num festival e vence o melhor. O espetáculo acontece num bumbódromo, com capacidade para 35 mil espectadores e 10 mil brincantes.
O folclorista Câmara Cascudo estudou o Bumba-meu-boi, conhecido também como Boi Kalemba, Boi-Bumbá ou apenas Boi, identificando-o como um auto popular do norte do Brasil em épocas de reisadas[19].
Segundo Cascudo[20] “O Bumba-meu-boi é denominação mais conhecida e velha. Diz-se no Rio Grande do Norte também Boi Kalemba e em todo nordeste, Boi. [...] uma possível reminiscência das Tourinhas de Portugal”, contado pelo folclorista[21]:
As tourinhas portuguesas eram touradas de novilhas ou de fingimento. Nas primeiras toureavam animais mansos, muito maiores exigências de coragem ágil. As de fingimentos, muito populares, constavam de um arcabouço, de canastras de vime cobertas de pano, com a cabeçorra do boi, ameaçante. Fingindo-o atacar, os rapazes eram perseguidos, com rumor de alegria e algazarra coletiva. Pertencem ao minho especialmente, uma das fontes altas de emigração para o Brasil. Provinha a Tourinha, possivelmente, de um perdido entremez vilarengo, resistindo nas zonas da pastorícia. Não havia cantiga nem dança.

Cascudo[22] analisa que no Brasil houve uma alusão à Tourinha de Portugal, sendo composto aqui, com a dança e a dramatização aparecendo os vaqueiros negros e caboclos em cenas humorísticas de crítica social. O folclorista então passa a fazer referencia a representações de bois como o Boeuf-gras[23] de Paris coberto de flores, como também ao monólogo do Vaqueiro de Gil Vicente de 1502 escrito por ocasião ao nascimento do príncipe D. João.  Associa-o ao boi de palha, na Boêmia, Turgovia, Suábia, Baviera, Dijon, Pont-à-Mousson, Luneville, Turíngia, Hungria e Zurich que utilizam o boi como representação da força criadora da semente. Outra relação que estabelece é com o Boi Geroa[24] dos africanos (Mossâmedes, Angola e Va-Nianecas) que pode ser análoga ao Bumba-meu-boi das festas de Natal e Reis Magos. O Boi de São Marcos em Portugal também desfila sobre flores dentro da igreja ou em procissão ao Corpus Christi, sendo a materialização popular do espírito da força obscura e fecunda da germinação.
Há também o boi que aparece no presépio de Jesus Cristo da tradição católica. Segundo Santos[25] A presença obrigatória do boi e do burro tem finalidades simbólicas. “Corresponde a uma interpretação patrística de duas profecias existentes na Bíblia: a de Isaias 1,3 ‘conhece o boi o seu patrão e o burro o estábulo de seu dono’ e a de Habacuc 3,2, ‘em meio a dois animais te manifestarás’.” Sendo assim símbolos de reconhecimento do Messias (Jesus) Santos também diz que o boi, é o povo de Israel, que levou o jugo da lei. E o burro é o povo gentio, carregado de pecados e de idolatrias. Destes dois povos nasceu a Igreja reconhecendo Jesus como seu Senhor.
Cascudo[26] registra uma versão do Bumba-meu-boi, escrita em 1840, pelo frei Miguel do Sacramento Lopes Gama:
Um negro metido debaixo de uma baeta é o boi; um capadócio enfiado pelo fundo dum panacu velho, chama-se o cavalo-marinho; outro, alapardado, sob lençóis, denomina-se burrinha; um menino com duas saias, uma da cintura para baixo, outra da cintura para cima, terminado para a cabeça com uma urupema, é o que se chama a caipora; há além disto outro capadócio que se chama o pai Mateus. O sujeito do cavalo-marinho é o senhor do boi, da burrinha, da caipora e do Mateus. Todo o divertimento cifra-se em o dono de toda esta súcia fazer dançar ao som de violas, pandeiros e de uma infernal berraria o tal bêbado Mateus, a burrinha, a caipora e o boi, que com eleito é animal muito ligeiro, trêfego e bailarino. Além disso o boi morre sempre, sem que nem ara que, e ressuscita por virtude de um clister, que pespega o Mateus, cousa mui agradável e divertida para os judiciosos espectadores.

E assim com o tempo e região, personagens são incluídos ou retirados para atender a cultura de cada lugar e a lenda vai adquirindo nomes, ritmos, formas de apresentação diferentes. No Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas e Piauí é chamado bumba-meu-boi, no Pará e Amazonas é boi-bumbá ou pavulagem; em Pernambuco é boi-calemba ou bumbá; no Ceará é boi-de-reis, boi-surubim e boi-zumbi; na Bahia é boi-janeiro, boi-estrela-do-mar, dromedário e mulinha-de-ouro; no Paraná, em Santa Catarina é boi-de-mourão ou boi-de-mamão; em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Cabo Frio e Macaé (em Macaé há o famoso boi do Sadi) é bumba ou folguedo-do-boi; no Espírito Santo é boi-de-reis; no Rio Grande do Sul é bumba, boizinho, ou boi-mamão; em São Paulo é boi-de-jacá e dança-do-boi.
Cascudo[27] apresenta também o Boi-de-Mamão de Santa Catarina relatando alguns itens que compõe sua encenação: “[...] é laçado pelo cavalo-marinho e não há a cena da morte, nem a parte viva dos vaqueiros, improvisando todo o tempo.” Em seguida ele comenta sobre a presença de damas e cavalheiros que rodam em torno do pau de fita, “[...] muito comum nas danças de roda, para adultos, na Europa central e do norte. Esse ‘pau de fita’ é um elemento tipicamente germânico dentro do brasileiríssimo Boi-de-mamão.”
Por muito tempo o Boi-de-Mamão fez parte de uma tradição das ruas da cidade de Joinville com o objetivo proporcionar lazer aos moradores. Hoje, o Boi-de-Mamão é desenvolvido em projetos culturais e apresentado em espaços como ancionatos, escolas e praças. Grupos populares mantém essa tradição como: Grupo Folclórico Entre Parentes[28], nas  suas encenações aparecem os personagens: Boi, Cavalo-Marinho, Tirolesa, Vovô, Onça, Pau-de-Fita e Barão;  o Grupo Folclórico Joinvilense[29] apresenta os personagens cavalo marinho, boi, Tirolesa, Vovô, Onça e Barão, com roda para mostrar as brincadeiras, danças e cantorias do povo português. O caminhão do projeto conexão cultural[30] representa a peça O sumiço do Boi-de-mamão, mas essa tradição é também recuperada e reavivada em projetos pedagógicos nas escolas como o da Escola Municipal Hermann Müller[31], Projeto Boi-de-Mamão: aprendendo a preservar com alegria! Neste projeto o Grupo Folclórico Entre Parentes desenvolveu oficinas para os alunos da escola que vivenciaram e produziram a sua versão do Boi-de-Mamão com as peculiaridades da comunidade escolar.




CONSIDERAÇÕES FINAIS


Neste exercício de análise da lenda Boi-de-mamão rememorada pelo migrante joinvilense seu Luiz e cotejada com versões coletadas pelos pesquisadores Azevedo, Pisani e Cascudo observou-se que as histórias migram com seus interlocutores e através dos espaços, culturais e temporalidade apresentam variações adaptando-se a estes espaços, mantendo uma representação social cristã.
E nestas representações sociais no mundo contemporâneo cabe o termo identificações proposto por Hall como forma de compreender estes espaços e culturas e suas especificidades. Entre tantos símbolos e significados, a lenda do boi, em suas variações de nomes, ritmos, ritos, personagens e enredos apresenta, segundo os folcloristas e estudiosos, elementos míticos de representação econômica por intermédio de sátira do cotidiano rural do trabalho da roça e da pecuária.  As variações da lenda do boi cotejadas e analisadas desvelam a presença de questões sociais, o dualismo entre o dono branco e os negros escravos, índios, caboclos e atualmente projeta uma manifestação de povo ligado às raízes rurais. O ritual ocorre em festejos religiosos de tradição católica, festivais públicos e em projetos culturais que visam preservar essa tradição que percorre o Brasil de Norte ao Sul, do Nordeste ao Centro Oeste e ao Sudeste.  
Enfim, através do simbólico narrado pela memória coletiva pode-se analisar as representações sociais, observando que o conhecimento é produzido pela interação da comunicação e sua expressão. E esta linguagem está ligada aos interesses, desejos, satisfação, frustrações humanas. É no universo social, no grupo com objetivos específicos em comum que é gerado o conhecimento com suas simbologias. Nas relações estabelecidas na comunidade, nos objetos produzidos e consumidos, no imaginário, símbolos e ritos que as práticas míticas se concretizam.



REFERÊNCIAS


AZEVEDO, Ricardo.  Conto popular, literatura e formação de leitores. Revista Releitura. Publicação da Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte. Abril, nº 21, 2007.

AZEVEDO. Ricardo. Cultura da Terra. São Paulo: Moderna, 2008.

AZEVEDO, Ricardo. Meu Livro de Folclore. São Paulo: Ática, 2002.

BÍBLIA SAGRADA. Trad. Monges de Maredsous. 120ª ed. São Paulo: AM edições, 1998. p.1341.

CARNEIRO, Graça.  Boi-de-Mamão. Grupo Folclórico Infanto-Juvenil do Porto da Lagoa. Florianópolis, Santa Catarina: Papa-livro, 2001.

CASCUDO, Luis da Câmara. Literatura Oral no Brasil. 3ªed. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Universidade de São Paulo, 1984.

CIDADE CULTURAL. Apresentação de Bai-de-mamão, em Joinville. Disponível em:<http://cidadecultural.blogspot.com/2007/07/apresentao-de-boi-de-mamo-de joinville.html> Acesso em: 27/07/2011.

ESCOLA HERMANN MULLER. Boi-de-mamão: Aprendendo a preservar com alegria! Disponível em:< http://escolahermannmuller.blogspot.com/2009/11/boi-de-mamao-aprendendo-preservar-com.html> Acesso em: 27/07/2011.

HALL, Stuart. Quem precisa de identidade?In: SILVA, Tomaz Tadeu da. (org). Identidade e Diferença. A perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis: Vozes, 2000.

PISANI, Osmar. Variações lírico-pictóricas sobre o Boi-de-mamão. Florianópolis: Fundação Aníbal Nunes Pires, 2003.


PORTAL JOINVILLE. Projeto Conexão cultural chega 


[1] Mestranda em Patrimônio Cultural e Sociedade da UNIVILLE, com a orientação da professora Dr.ª Taiza Mara Rauen Moraes. Graduada em Letras e Pedagogia e especialização em Gestão escolar e Metodologia da Língua Portuguesa. Professora de Língua Portuguesa e Literatura e Coordenadora do Setor Infanto-juvenil da Biblioteca Pública Prefeito Rolf Colin de Joinville, e-mail: franciscoeliana@hotmail.com.
[2] AZEVEDO. Ricardo. Cultura da Terra. São Paulo: Moderna, 2008. p.9. Livro que apresenta uma pesquisa bibliográfica da cultura popular brasileira, com contos, adivinhas, monstrengos, quadras e receitas, separadas por regiões.
[3] ELIADE, Mircea. Mito e Realidade. 6ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2004. p.22. Mircea Eliade nascido em Bucareste, Romênia em 1907 e faleceu em 1986, é um importante mitólogo da atualidade escrevendo sobre o mito com uma exposição histórica e filosófica e empreendeu sobre a linguagem simbólica das diversas tradições religiosas.
[4] ELIADE, Mircea. Mito e Realidade. 6ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2004. p.44.
[5] AZEVEDO, Ricardo.  Conto popular, literatura e formação de leitores. Revista Releitura. Publicação da Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte. Abril, nº 21, 2007. Nasceu em São Paulo em 1949, é escritor, ilustrador e pesquisador da cultura popular brasileira. Formou-se em comunicação visual e fez doutorado em Teoria da Literatura
[6] PRYSTHON, Ângela. Estudos Culturais: uma (In) Disciplina. Comunicação e espaço público, ano VI, nº 1 e 2, 2003. p. 135. Disponível em: acesso em 09/02/2007.
[7] PRYSTHON, Ângela. Estudos Culturais: uma (In) Disciplina. Comunicação e espaço público, ano VI, nº 1 e 2, 2003. p. 135. Disponível em: acesso em 09/02/2007.
[8] HALL, Stuart. Quem precisa de identidade? In: SILVA, Tomaz Tadeu (org.) Identidade e diferença: a perspectiva os estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000. p.103.
[9] É um “eu” transcendental com vários representações  papéis sociais. São vários “eus”  dentro de um sujeito para representar cada momento ou espaço. O eu mãe, filha, esposa, profissional.
[10] PRYSTHON, Ângela. Estudos Culturais: uma (In) Disciplina. Comunicação e espaço público, ano VI, nº 1 e 2, 2003. p. 138. Disponível em: acesso em 09/02/2007.
[11] Luiz Diomedes do Nascimento, migrante de São Francisco do Sul, trabalha na Biblioteca Pública Municipal Prefeito Rolf Colin de Joinville, SC.
[12] Os folguedos são festas populares cuja principal característica é a presença de música, dança e representação teatral. Grande parte dos folguedos possui origem religiosa e raízes culturais dos povos que formaram nossa cultura (africanos, portugueses, indígenas). Muitos folguedos foram, com o passar dos anos, incorporando mudanças culturais e adicionando, às festas, novas coreografias e vestimentas. Embora ocorram em quase todo território brasileiro, é no Nordeste que se fazem mais presentes.
[13]CARNEIRO, Graça.  Boi-de-Mamão. Grupo Folclórico Infanto-Juvenil do Porto da Lagoa. Florianópolis, Santa Catarina: Papa-livro, 2001.
[14] BÍBLIA SAGRADA. Trad. Monges de Maredsous. 120ª ed. São Paulo: AM edições, 1998. p.1341 Sobre a santa ceia em Mc 14,12-25.
[15] PISANI, Osmar. Variações lírico-pictóricas sobre o Boi-de-mamão. Florianópolis: Fundação Aníbal Nunes Pires, 2003. p.10.
[16] O homem do campo, faz uma pausa em seus trabalhos e se volta para Deus afim de pedir sua benção para a colheita . Usa para tal os espíritos superiores como  Santo Antônio, São João e São Pedro. Santo Antônio é o Santo mais popular do Brasil e, também, é conhecido por ser o Padroeiro dos pobres, Santo casamenteiro, sempre sendo invocado para se achar objetos perdidos é comemorado no dia 13 de junho. São João é comemorado no dia 24 de junho com uma fogueira para representar o seu nascimento. E no dia 29 de junho é comemorado o dia de São Pedro o guardião das portas do céu é também considerado o protetor das viúvas e dos pescadores. Como o dia 29 também marca o encerramento das comemorações juninas.
[17] PISANI, Osmar. Variações lírico-pictóricas sobre o Boi-de-mamão. Florianópolis: Fundação Aníbal Nunes Pires, 2003. p.10.
[18] AZEVEDO, Ricardo. Meu Livro de Folclore. São Paulo: Ática, 2002.
[19] Reisado é uma dança popular profano-religiosa, de origem portuguesa, com que se festeja a véspera e o  Dia de Reis ou encenação de natal. No período de 24 de dezembro a 6 de janeiro, um grupo formado por músicos, cantores e dançarinos vão de porta em porta anunciando a chegada do Messias e fazendo louvações aos donos das casas por onde passam e dançam. Reisado também é muito conhecido como Folia de Reis.
[20] CASCUDO, Luis da Câmara. Literatura Oral no Brasil. 3ªed. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Universidade de São Paulo, 1984. p. 421. Cascudo analisa o Bumba-meu-boi como um hibridismo, pois bumba é do congolês e significa pancada, golpe, batida. Bate, meu boi referente as chifradas e arremessos.
[21] CASCUDO, Luis da Câmara. Literatura Oral no Brasil. 3ªed. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Universidade de São Paulo, 1984. p. 422.
[22] CASCUDO, Luis da Câmara. Literatura Oral no Brasil. 3ªed. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Universidade de São Paulo, 1984. p. 422-424.
[23] Boeuf-gras em Paris era um cortejo em forma de festa como objetivo de sátira social. Visto por Cascudo como um ancestral do Bumba-meu-boi datado entre 1800 a 1900.
[24] Durante a pequena seca de julho e a grande seca de agosto, saem em cortejo pelo país recebendo presentes em um ritual de dança e uma música curta e repetitiva, mas o boi não dança.
[25] SANTOS, Fernando S. dos. Um boi e um burro no presépio, por quê? Disponível em:<  www.catedralsaomiguel.org.br > Acesso em: 27/07/2011.
[26] CASCUDO, Luis da Câmara. Literatura Oral no Brasil. 3ªed. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Universidade de São Paulo, 1984. p.427.
[27] CASCUDO, Luis da Câmara. Literatura Oral no Brasil. 3ªed. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Universidade de São Paulo, 1984. p.431.
[28]CIDADE CULTURAL. Apresentação de Bai-de-mamão, em Joinville. Disponível em:<  http://cidadecultural.blogspot.com/2007/07/apresentao-de-boi-de-mamo-de-joinville.html> Acesso em: 27/07/2011. O grupo folclórico “Entre Parentes” foi criado em 20 de dezembro de 1997, por quatro irmãos da família Quintino, que tinham a vontade de fazer renascer o folclore do Boi-de-Mamão. Hoje, o grupo contabiliza 20 integrantes.  Na encenação aparecem os personagens como Boi, Cavalo-Marinho, Tirolesa, Vovô, Onça, Pau-de-Fita e Barão. O grupo “Entre Parentes” está há 10 anos difundido a cultura regional e tem sua sede em Joinville. Há dois anos, com o apoio da Fundação Cultural de Joinville, o grupo alegra muitas festas e entidades sociais, trabalhando também com ensinamentos em escolas da cidade, com o intuito de apresentar a cultura do Boi-de-Mamão.
[29] PORTAL JOINVILLE. Sábado na estação foi um sucesso. Disponível em:< http://www.portaljoinville.com.br> Acesso em: 27/07/2011.
[30] PORTAL JOINVILLE. Projeto Conexão cultural chega em Joinville. Disponível em:<   http://www.portaljoinville.com.br> Acesso em: 27/07/2011. O caminhão visita várias cidades para alegrar toda família. O caminhão do projeto Conexão Cultural Tigre/ICRH estaciona em Praças com muitas brincadeiras, apresentações teatrais e cinema. Em sua 3ª edição, o projeto já acumula mais de 200 apresentações culturais e intervenções artísticas em todo país.
[31]ESCOLA HERMANN MULLER. Boi-de-mamão: Aprendendo a preservar com alegria! Disponível em:< http://escolahermannmuller.blogspot.com/2009/11/boi-de-mamao-aprendendo-preservar-com.html> Acesso em: 27/07/2011. A Escola Municipal Hermann Müller localiza-se na área rural do município de Joinville, do estado de Santa Catarina. Sua missão é promover projetos e vivências através de uma aprendizagem voltada a ecologia, cultura e afetividade.