quarta-feira, 1 de maio de 2013

SEMANA DA POESIA NA E.M. PREFEITO WITTICH FREITAG

No dia 29 de abril de 2013 na E.M. Prefeito Wittich Freitag comemorou-se a semana da poesia, projeto desenvolvido pela escola sobre poesia, com declamações poéticas, oficinas, participação de escritores... Parabéns pelo lindo trabalho. Adorei ter participado.

Neste dia apresentei a oficina Relíquias Poéticas para os alunos do 3º ano do Ensino Fundamental no período matutino e vespertino.

Atividades abordadas

- Relato: Como ocorreu o processo de escrita, contato com o livro, leitura e a poesia com a poeta?
- Livro Preciosidades história da sua publicação.
- Mala da vigem literária e suas preciosidades.
- Em papél, os alunos escreveram e desenharam suas preciosidades.
- Contação de histórias: A casa sonolenta de Don e Audrey Wood.
- Declamação de poemas pela poeta do livro Preciosidades.
- Declamação de poemas pelos alunos.

Livro Preciosidades de Eliana Aparecida de Quadra Corrêa e ilustrações de Elisa Rosa de Matos.
Integrante da Confraria do Escritor ação da Biblioteca Pública Prefeito Rolf Colin.

Alunos declamando poemas

Poeta declamando poemas do livro Preciosidades


Alunos escrevendo e desenhando suas preciosidades


Fala da escritora sobre poesias


Alguns alunos participantes




Declamação de poesia através da música

Mala de viage literária

PROJETO INDÍGENA PALESTRA SOBRE CULTURA E LITERATURA INDÍGENA






No dia 17 de abril de 2013 no anfiteatro da EEB. Professora Jandira D’ávila ocorreu as apresentações de duas peças de teatro: Todo dia é dia de carnaval e Índio moderno da turma 3º ano 2 noturno a cargo da professora de Língua Portuguesa, Eliana Ap. de Quadra Corrêa, iniciando a maratona de apresentações culturais do projeto indígena durante a semana que se comemora o dia do índio.

A primeira peça “Todo dia é dia de índio” foi apresentada pelos alunos: Patrícia, Janaina, Thamiris, Gabriela, Mayara, Aline, Marcos, Tainara, Sabrina, Natasha, Stefania. A encenação acontece em uma biblioteca onde os personagens do Sítio do Monteiro Lobato (Emília, Narizinho, Dona Benta, Pedrinho, Visconde, Tia Nastácia, índias) saem do livro para falar sobre a cultura e curiosidades dos indígenas brasileiros. Visconde muito sábio coordenou toda a falácia. As índias ensinaram a dança da tribo e Visconde mostrou a febre do momento, o Harlem shake.

A segunda peça “Índio Moderno” foi apresentada pelos alunos: Ricardo, Anderson, Alisson, Ana Carolina, Nathane, Renan, Matheus, Natan, Guilherme, Paulo, Thainara, Romero, Luciano. A trama teatral foi desenvolvida através da polêmica em torno da construção da usina de Belo monte na Bacia do Rio Xingu, considerada a maior obra do programa de aceleração do crescimento do governo federal, sendo alvo de debate pela sociedade por causa do impacto ambiental e da retirada de tribos indígenas na região. De forma cômica, os personagens apresentam a influência da cultura branca na tribo e também as dificuldades que o indígena encontra na cidade e com a diversidade cultural.

Com este projeto observou-se que o Brasil é um país de diversidade cultural e linguística, convivendo com mais de 250 povos indígenas, 180 línguas buscando manter acessas as chamas de sua tradição e equilíbrio com outras tradições.








No dia 22 de abril de 2013 a esquisadora Alcione Pauli, Mestre em Patrimônio Cultural e Sociedade apresentou a palestra Cultura e literatura indígena aos alunos do Ensino Médio da E.E.B. Professora Jandira D'ávila.

domingo, 28 de abril de 2013

Texto: O Mendigo de Eliana Ap. de Quadra Corrêa

Publicação no jornal Notícias do dia, na página da Confraria do Escritor no dia 27 e 28 de abril de 2013, do texto: O mendigo de Eliana Ap. de Quadra Corrêa.







O mendigo

- Oi, posso ler um gibi?
- Sim, claro?
Este foi o primeiro contato entre a atendente da biblioteca e o mendigo.
A pequena sala que compunha o setor infanto-juvenil repleta de livros infantis, juvenis, revistas e gibis.
- Gosto muito de ler.
Falou o mendigo depois de um silencioso momento de escolha de seu gibi. Enquanto a atendente quieta observava-o pensando.
-Será o que ele veio fazer aqui? Está tão mal vestido, com aparência que não se aceava fazia tempo. Mas respondeu cordialmente:
- Gosta de ler, que bom! O que você mais gosta de ler?
E o mendigo após manusear seu tesouro encontrado, pediu:
- Posso sentar nas almofadas?
A biblioteca tinha tapete e almofadas, para os leitores se sentirem a vontade em suas leituras, principalmente as crianças.
- Sim, claro!
Respondeu a atendente.
- Há, você me perguntou o que gosto de ler, né?
- Sim.
- Bem, gosto muito de gibi, mas leio de tudo um pouco, gosto de me informar e de livros. Mas como moro na rua, não tenho como ter livros comigo, pois vivo andando por aí, levo pouca coisa, pouco peso. Então venho à biblioteca para ler.
Depois do comentário se debruçou a ler o gibi.
A atendente também continuou suas leituras, arrumações de livros na estante. Até que o mendigo puxou conversa:
- Sabe, quando pequeno não gostava de estudar, fugia da escola e ia brincar de tomar banho no rio. Minha família era muito pobre eu não tinha roupa boa, ia mal vestido e eu não me sentia bem. Então preferia não ir.
Nisso a atendente, curiosa com o que o mendigo estava contando perguntou:
- E você não terminou os estudos?
- Não! Respondeu o mendigo.
- Eu acabei ficando louco, fora de mim quando minha mãe e meu pai morreram e acabei fugindo de casa vim parar na rua. E nunca mais voltei.
- E você nunca pensou em voltar a estudar?
Perguntou a atendente.
- Não! Não tive mais tempo, tive que correr atrás do pão. E o estudo ficou para trás. Tive contato com má companhia, acabei viciado. Sabe eu às vezes bebo tanto que um dia depois de meus goles, resolvi ir andar de barco para pescar. Lá pelas tantas a noite caiu e como voltar para a margem. Tava tonto, estava muito escuro, mas consegui ainda pensar. Para voltar à margem tinha que observar as ondas para que lado elas iam. Com isso fui remando, remando e cheguei à margem.
- Nossa, eu não iria pensar nisso se eu estivesse nessa situação!
Disse a atendente ao ouvi-lo.
- Pois é, só quando cheguei a margem é que vi um monte de águas vivas brilhando na água e me joguei para tocá-las e me vi envolto pelas águas vivas e nadava e nadava. Foi a sensação mais extraordinária que já senti em toda a minha vida. E dali não queria mais sair. A margem, pessoas gritavam:
- Sai daí, tá louco.
- E eu só saí quando me tiraram a força. Eu estava alucinado, louco mesmo.
- Nossa e você não se queimou com as águas vivas?
- Não! Não me queimei. Pois é, vou ler um pouco.
- Sim, claro!
Enquanto lia, um sorriso esboçava em seu rosto. Alguns risos de vez em quando surgiam ao se deleitar nas profundezas do gibi.
E a atendente admirada observava aquela leitura deliciosa de um mendigo que naquele momento preferiu a leitura ao gole de cachaça. E todo aquele primeiro contato o qual notou apenas a aparência do mendigo. Agora só conseguia ver um leitor, que procura a leitura pelo simples prazer que ela lhe proporciona.