Artigo de opinião publicado no jornal A Notícia no dia 26 de setembro de 2013 por Eliana Aparecida de Quadra Corrêa.
O gosto pela leitura não nasce com a criança, mas pode ser desenvolvido
com a ajuda de pais e educadores. O professor pode semear nos alunos o amor
pela leitura. Somente o professor pode intuir o que convém fazer num
determinado momento para ajudar o aluno a aprender a ler.
Este papel é muito difícil que o já consagrado, exige muito mais esforço
do professor. Mais fácil seria ter um planejamento definido, para ser cumprido
passo a passo. No entanto, por melhor que seja um planejamento é impossível que
ele dê conta de todas as questões inferentes ao processo de aprendizagem do
aluno, uma vez que este processo é único e individual.
Se a questão da leitura é mobilizadora e de interesse para o professor,
seu próprio comportamento de leitor, torna-se uma estratégia utilizada por ele
e poderá nesta fazer descobertas que melhorem sua própria performance de leitor
e aperfeiçoe seu processo de ensinar a ler.
Em sua prática cotidiana, o professor ao assegurar demonstrações de
leitura aos alunos, situações que sirvam a objetivos específicos, podem
auxiliar seus alunos a encontrar sentido e seus próprios objetivos com a
leitura.
Não se dispõem fórmulas para garantir que a leitura seja compreensível e
prazerosa. Sabe-se, entretanto, que há várias maneiras de dificultar a
compreensão e o prazer na leitura: se orientarmos o aluno para concentração em
detalhes visuais, se fornecemos fragmentos de textos incompreensíveis ou
amontoados de frases sem real significado de comunicação, se exigimos que ela
responda a questões após a leitura sem reflexão, se lhe pedimos para oralizar
palavras em detrimento do sentido. Ou seja, o ponto comum de todas essas
atitudes de ensino que dificulta a aprendizagem da leitura é a limitação de
quantidade de informações não-visuais a que ao aluno pode recorrer enquanto lê.
Para facilitar o processo de leitura deve-se garantir aos alunos amplas
possibilidades de usar informações não-visuais, possibilidades de fazer
previsões, compreender e ter prazer no que lê. E é importante dispor de
momentos de contato com a diversidade de textos literários buscando valorizar
os gostos de leitura dos alunos e ao mesmo tempo dar oportunidade de conhecer
outras formas de escrita.
Outra questão que o professor pode utilizar para incentivar seus alunos
ao hábito da leitura é organizar projetos de leitura, levá-los em eventos
culturais como: lançamentos de livros, teatros, contações de histórias, feiras
de livros, seminários e encontros com escritores locais.
Por exemplo, visitar a Biblioteca Pública e incentivá-los a serem sócios
e utilizar o espaço como lugar de entretenimento e democratização da leitura.
Participar de ações como a Garrafa da leitura (conhecer escritor local através
de dinâmica, conversa e contação de histórias na Biblioteca Pública Prefeito
Rolf Colin). Mostra anual de Contação de histórias do Proler. Fala do escritor
na Feira do Livro (Escritores da Confraria do Escritor e da Associação
Confraria das Letras de Joinville). Peças de teatros apresentados pela AJOTE e
pelo SESC e entre outras ações disponibilizadas pela nossa cidade com intuito
de sensibilização ao hábito da leitura.
A literatura é uma arte poderosa. Ao ler, o
aluno adquire saber, amplia sua visão de mundo, enriquece seu vocabulário,
desperta sua sensibilidade, criatividade e escreve com mais facilidade. Além de
ingressar num mundo de fantasia a ser descoberto.
Enfim, segundo Barbosa “O que realmente importa é que a criança progrida
na leitura e que encontre prazer – e sentido – nos múltiplos contatos com a
língua escrita. Professores e crianças, nesse sentido, podem ser verdadeiros
parceiros para aprender o que é o ato de ler”.