domingo, 27 de abril de 2014

ENCONTRO VOO LIVRE NO DIA 24 DE ABRIL DE 2014





No dia 24 de abril na UDESC ocorreu o encontro com o grupo Voo Livre mediados  por Eliana de Quadra Corrêa e Marinaldo de Silva e Silva, professores e funcionários da biblioteca Pública.
No encontro anterior as memórias registradas pelos participantes sobre momentos engraçados ocorridos na infância. Neste encontro deu-se sequencia ao trabalho com escrita de memórias da infância relacionadas com o medo.
Marinaldo iniciou o momento apresentando a leitura das escritas do último encontro e propôs que estas memórias seja expostas no dia 12 de agosto no Shopping Garten em comemoração a 10 anos do Voo Livre e também na própria Universidade em banner e murais. Comentou também sobre o andamento do livro de memórias do grupo. Este está na editora em Florianópolis para edição.
Para aflorar memórias Marinaldo contou a história: As dez filhas do seu João de   Fábio Sombra A história revisita o tangolomango, uma espécie de cantiga ou parlenda que se liga a versos numerativos sendo que a cada cena uma personagem morre.
Em seguida Eliana apresentou o causo de medo e esperteza Sapo com medo d’água  de Ricardo Azevedo. Após o conto muitas memórias de medo de sapo surgiram sendo socializado com o grupo.
Lendas e mitos foram lembrados como o Sete trouxas, Homem ou o velho do saco, Bicho-papão, a morte do sol. Segundo Ricardo Azevedo “A escuridão parece que tem dom de ligar os motores da nossa imaginação.”
E através destes mitos e lendas traz consigo a simbologia do crescimento interior, de amadurecimento, passagem para uma nova fase, a de ser jovem ou adulto. Por outro, é visto como símbolo de obediência aos mais velhos e utilizado de forma mítica e lúdica para ensinar as regras (os deveres) para a criança é o que relata Azevedo em seus estudos sobre a cultura oral e sobre as histórias que surgiram por meio do medo, tanto do escuro quanto da evolução da sociedade.
Para finalizar algumas memórias foram relatadas oralmente e transcritas na folha. Ficou como tarefa o registro em casa de memórias de medo para o próximo encontro.

TEXTO PUBLICADO NO JORNAL NOTÍCIAS DO DIA EM 14 DE ABRIL DE 2014




 Feira do Livro de Joinville

Eliana Aparecida de Quadra Corrêa


Organização a flor da pele. Dias que antecedem uma Feira do Livro. Detalhes de última hora a serem resolvidos para a praticidade na divulgação do objeto livro. Rumores pela cidade de artistas globais que estarão se apresentando com seus escritos. Pequenos shows a parte. É o que impulsiona o povão a comparecer. Escritores renomados também fazem parte desta listagem proporcionando as livrarias e distribuidoras vendas mais quentes e a procura de autógrafos com eloquência.
Escritores e artistas locais se alegram com oportunidades de lançarem suas produções, nem sempre com tantos fãs a sua procura. Processo da escrita e do reconhecimento. Meta, associar-se. Esperança de caminhada com o livro menos árdua e possibilidade de troca de experiências, publicação e divulgação em grupo letrado.
Estandes repletos de novidades. Aguça olhares famintos de conhecimentos. Como não compra-los. Variedades de preços e estilos. Escritos para todos os gostos. Até o não leitor acaba encontrando algo e lhe agrade. Como uma revistas e livros de dicas culinárias, história de jogos de futebol, sugestões de marcas de carros luxuosos, livros infantis com personagens de desenhos animados com figurinhas auto colantes que de histórias não tem nada, mas chama a atenção da criançada e geralmente são os mais caros.
O bom leitor passeia com calma pela Feira. Não compra por impulso. Vai informando-se. Aproveita a lábia do bom vendedor para adquirir conhecimento. Pesquisa preço. Procura o livro como pirata procura tesouro. Sem pressa até encontra-lo em uma ilha deserta e desenterrá-lo para uma aventura desbravadora pelos mares das letras.
Tem também as turmas escolares. Sem dúvida este público é especial. Professores e alunos circulam freneticamente pelos estandes. Pena que o tempo é curto para tantas novidades: contações de histórias, apresentações no palco, palestras, encontros, mesas redondas, oficinas, autógrafos, curtas de cinema, lançamentos de livros, compra de livros, e a hora do lanche? É passeio de estudo para alimentar a alma e o estômago.
Nessa correria toda, pessoas e livros convivem em harmonia. O livro à espera de um leitor. E o leitor à procura do livro ideal. É nesta procura que momentos especiais acontecem. Um grupo escolar com olhos atentos ouvem uma poeta declamar um poema de amor de sua autoria. Ao término da apresentação a turma segue o professor a procura de outras novidades. Passa-se um tempo, dois meninos do grupo escolar voltam ao estande onde estava a poeta.
Um menino diz:
- Quero comprar o seu livro.
O outro menino que o acompanhava esboça um sorriso e comenta:
- Ele quer dar de presente para ela (uma colega de sala) ele gosta dela.
O menino não fala nada, apenas concorda com timidez. E o livro em forma de poesia vai iluminar o amor inocente de criança levando sentimentos de valorização as nossas preciosidades.
Outra situação empolgante fruto de uma Feira. Um homem a procura de um livro. Conversa em estande. Encontro com uma escritora. E a alegria do livro encontrado. Chama a esposa.
- Amor, achei um livro especial para nós. Vai ajudar nossa caminhada e fortalecer nossa união.
A felicidade é tanta que o casal resolve compartilhar o tesouro achado com outro casal amigo. E estes não conseguem resistir ao livro amigo.
Parece conto de fada. Mas livro é assim. Quando toca o coração do leitor torna-se objeto amado, desejado, cobiçado, um ente querido.