domingo, 27 de abril de 2014

TEXTO PUBLICADO NO JORNAL NOTÍCIAS DO DIA EM 14 DE ABRIL DE 2014




 Feira do Livro de Joinville

Eliana Aparecida de Quadra Corrêa


Organização a flor da pele. Dias que antecedem uma Feira do Livro. Detalhes de última hora a serem resolvidos para a praticidade na divulgação do objeto livro. Rumores pela cidade de artistas globais que estarão se apresentando com seus escritos. Pequenos shows a parte. É o que impulsiona o povão a comparecer. Escritores renomados também fazem parte desta listagem proporcionando as livrarias e distribuidoras vendas mais quentes e a procura de autógrafos com eloquência.
Escritores e artistas locais se alegram com oportunidades de lançarem suas produções, nem sempre com tantos fãs a sua procura. Processo da escrita e do reconhecimento. Meta, associar-se. Esperança de caminhada com o livro menos árdua e possibilidade de troca de experiências, publicação e divulgação em grupo letrado.
Estandes repletos de novidades. Aguça olhares famintos de conhecimentos. Como não compra-los. Variedades de preços e estilos. Escritos para todos os gostos. Até o não leitor acaba encontrando algo e lhe agrade. Como uma revistas e livros de dicas culinárias, história de jogos de futebol, sugestões de marcas de carros luxuosos, livros infantis com personagens de desenhos animados com figurinhas auto colantes que de histórias não tem nada, mas chama a atenção da criançada e geralmente são os mais caros.
O bom leitor passeia com calma pela Feira. Não compra por impulso. Vai informando-se. Aproveita a lábia do bom vendedor para adquirir conhecimento. Pesquisa preço. Procura o livro como pirata procura tesouro. Sem pressa até encontra-lo em uma ilha deserta e desenterrá-lo para uma aventura desbravadora pelos mares das letras.
Tem também as turmas escolares. Sem dúvida este público é especial. Professores e alunos circulam freneticamente pelos estandes. Pena que o tempo é curto para tantas novidades: contações de histórias, apresentações no palco, palestras, encontros, mesas redondas, oficinas, autógrafos, curtas de cinema, lançamentos de livros, compra de livros, e a hora do lanche? É passeio de estudo para alimentar a alma e o estômago.
Nessa correria toda, pessoas e livros convivem em harmonia. O livro à espera de um leitor. E o leitor à procura do livro ideal. É nesta procura que momentos especiais acontecem. Um grupo escolar com olhos atentos ouvem uma poeta declamar um poema de amor de sua autoria. Ao término da apresentação a turma segue o professor a procura de outras novidades. Passa-se um tempo, dois meninos do grupo escolar voltam ao estande onde estava a poeta.
Um menino diz:
- Quero comprar o seu livro.
O outro menino que o acompanhava esboça um sorriso e comenta:
- Ele quer dar de presente para ela (uma colega de sala) ele gosta dela.
O menino não fala nada, apenas concorda com timidez. E o livro em forma de poesia vai iluminar o amor inocente de criança levando sentimentos de valorização as nossas preciosidades.
Outra situação empolgante fruto de uma Feira. Um homem a procura de um livro. Conversa em estande. Encontro com uma escritora. E a alegria do livro encontrado. Chama a esposa.
- Amor, achei um livro especial para nós. Vai ajudar nossa caminhada e fortalecer nossa união.
A felicidade é tanta que o casal resolve compartilhar o tesouro achado com outro casal amigo. E estes não conseguem resistir ao livro amigo.
Parece conto de fada. Mas livro é assim. Quando toca o coração do leitor torna-se objeto amado, desejado, cobiçado, um ente querido.

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